quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

pequenas vinganças

- Por favor, não me liga mais. Ela fica incomodada.
- Incomodada? Ela sabe de alguma coisa?
- Então... mais ou menos.
- Como assim 'mais ou menos'? Você contou?
- Médio.
- Médio?! Você é louco?
- Ela insistiu que tínhamos alguma coisa e eu neguei. Neguei, juro, até quase a morte. Ela me apertou, chorou, xingou, disse que eu estava mentindo e eu continuei, firme e forte, negando veementemente que nunca tínhamos nos envolvido e finalmente ela acreditou.
- Ahn...
- Mas aí, um outro dia desses, ela viu uma mensagem sua na caderneta de recados - não dizia nada de mais - e surtou novamente. Falei que eu já tinha explicado, que nada tinha acontecido entre nós, que aquilo era fruto da imaginação dela. E ela novamente esperneeou, chorou, disse que eu estava mentindo, até que eu tomei a decisão.
- Hum...
- Disse a ela: 'Você quer saber a verdade? A verdade é que já fiquei com ela sim.'
- Você é louco. Certeza. Além de deixar a coitada morrendo de ciúmes ainda comprovou que é um puto de um mentiroso.
- É... fiz besteira.
- Fez e das grandes, mas enfim, problema de vocês.
- É, vou dar um jeito de resolver isso...
- Hahahaha. Justo quem. Eu? Provocando ciúmes em alguém? Depois de tantos anos... Confesso, fiquei surpresa. Eu, que sempre tive ciúmes de você.

E ela saiu. Levantou-se como uma rainha. Virou-se e sorriu olhando com o canto dos olhos e o sabor doce na boca pelo desconforto alheio.

2 comentários:

L.S. Alves disse...

E o que não falta no mundo é gente que se delicia com a desgraça alheia.

Anônimo disse...

Só pra confirmar que te mandei ume email.