terça-feira, 30 de outubro de 2007

umidade

Descomplicar, explicar, complexar.

Por que fazer do complexo, simples e vice-versa?

Talvez por que tenhamos nascido com olhos que vão além de sua função.

Olhos que enxergam mais do que reflexo. Olhos interpretantes e úmidos.



Não é à toa que este órgão é composto por líquidos. Brilhantes e fluidos a priori, quando há secura mostra-se que algo não está bem. Olhos opacos, sem vida – feito os cabelos – designam cuidados especiais.



A umidade do olhar traz aos olhos a incrível possibilidade de enxergar além. Tornam a visão mais complexa, saturada de cores e texturas diferentes. Olhos úmidos para mostrar tristeza e também para derramar felicidade.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

rumo dos ventos

A toda hora rola uma história
Que é preciso estar atento
A todo instante rola um movimento
Que muda o rumo dos ventos
Quem sabe remar não estranha
Vem chegando a luz de um novo dia
O jeito é criar um outro samba
Sem rasgar a velha fantasia

Mulher é isso aí
Só existe a gente mesmo
Levando um barco pesado
Apesar do agitado mar
Sem a lua e seu encanto
Ao sabor da ventania
Mesmo no gelo da noite
Meu coração não esfria
E quando o vendaval passar
Acharemos uma ilha
E até quando Deus deixar, mulher
Iremos tocando a vida

composição: Paulinho da Viola

sem mais

Poxa. Começa a escrever e apaga!!!
Assim, ando profundamente conhecedora do delete e do backspace.
Com tantas outras teclas, por que essas duas insistem em estar embaixo dos meus dedos?

- Ah! faz um esforcinho, vai!
- To aqui, oras! Fazendo um esforção! Tentando estabelecer contato imediato com a página deste blog que anda devagar, quase parando.
- Antes tarde do que nunca, não é?
- Pô! Mas com tanta coisa acontecendo aqui você ainda quer tempo para ficar postando?
- Claro! Um monte de gente consegue! Postam, inclusive, diariamente.
- Ah! Mas eu não sou assim disciplinada, você sabe. Essa coisa de ficar repetindo ações, sejam quais forem não é comigo.
- Pára com isso!!! Isso aí é medo de escrever.
- Pode ser que seja mesmo. Se for, e daí? Não posso ter medo? É O QUE ME FALTAVA!!! E se quer saber, to mais lendo que escrevendo. Processo de maturação do pensamento, já ouviu dizer?
- Ahãn. Vai pô! Se obriga aí a escrever uma coisa descente!
- Descente? Vou só postar essa conversa, tá?
- Hahaha Conversa? Diálogo imaginário, né bem?! De eu e você com você mesma.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

desânimo

Dia chato.
Cinza de chuva que não molha.
Sapato largo para entrar pedrinha.
Barulhinho apitando na cabeça.

Sono e falta de cama.
Fome e regime.
Iluminação branca de elevador.
Imperfeições perfeitamente visíveis.

Ô COISA CHATA.